Little Anie - Cap. 79 | 3ª Parte

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Little Anie | 3ª Parte


Pov Lua

Capítulo anterior...

– Acordou cedo foi?
– Tenho que ir com a Mel comprar o presente da Grace. – Respondi e Arthur tirou alguns fios de cabelo do meu rosto.
– Liiindaaa!!! – Ele disse, apertando meu rosto entre as mãos.
– Você tá judiando de mim! – Exclamei, lhe dando um tapinha no braço.
– Tô com vontade de te apertar muuuitoo! – Ele confessou rindo.
– Pode parar! – Mandei e tentei me afastar, porque tinha a sensação de que ele ia me apertar mesmo. Arthur me prendeu entre as pernas dele.
– Quer fugir é?
– Aah, para, Arthur! – Tentei sair e ele começou a rir negando com a cabeça. – Vou me atrasar.
– Vai nada. Está cedo ainda, neném.

***

– Aaaaii, amor. – Reclamei quando Arthur começou a me apertar. – Arthur tá doendo, me solta! – Exclamei lhe dando uns socos nas costas.
– Tem dias que eu acordo com muita vontade de te apertar assim. – Confessou e me apertou mais ainda.
– Paaaaraaa... Senão eu vou começar a gritar! – Ameacei e ele começou a rir, me enchendo de beijos em uma das bochechas.
– Você é muito escandalosa, Lua. Tudo você quer gritar. – Pontuou, agora me olhando.
– Cada um usa as armas que tem. Para! – Pedi outra vez.
– Ué, estou usando as minhas! – Ele riu outra vez.
– Se você não parar, vou te deixar de castigo. – Avisei.

Arthur me encarou com uma cara do tipo: Essa história de novo?

– A tá... esse castigo que nem você consegue ser firme? – Ele pincelou a ponta do meu nariz com o dedo.
– Você é muito convencido e chato. Muito chato.
– Você é mais chata que eu. – Respondeu, dando de ombros. – E vai se atrasar se continuar com essa preguiça. – Completou.
– Não estou com preguiça. E é você quem está me segurando. – Rebati, apontando para os braços e as pernas dele em volta do meu corpo.
– Eu só estava te provocando. – Ele sorriu de lado e tirou as pernas que estavam me apertando; mas continuou com os braços em volta da minha cintura.
– Tá bom. – Falei com desdém.
– Para de ser chata assim... – Disse ele, segurando o meu rosto com uma das mãos. – Eu te amo. – Sussurrou, roçando os lábios nos meus.
– Você amanhece me perturbando e depois diz isso. – Comentei.
– É que eu gosto... gosto de te ver irritada. – Confessou, me dando um selinho demorado.
– Você é doido.
– Doido por você. – Falou rindo, beijando meu pescoço.
– Para, deixa eu levantar... depois você fica animadinho aí...
– Eu sei me controlar. – Arthur disse, e desceu um pouco os beijos, puxando minha camiseta com os dentes.
– Aham... acho que estou sentindo esse teu controle. – Comentei irônica. – Não vou te dizer mais nada.
Ele nem está encostando em você. Deixa de ser exagerada.
– Não estou exagerando. Tenho que levantar!
– Você diz que tem que levantar e fica aqui comigo.
– É você quem não me deixa.
– Nem estou te agarrando mais, se é que ainda não percebeu.  – Disse ele. E de fato ele tinha me soltando. – Qual a desculpa agora?
– Não era desculpa, era verdade.
– Você está com as bochechas vermelhas. – Arthur comentou, passando o polegar pelas mesmas.
– Isso é mentira sua. – Retruquei.
– Não estou mentindo. – Ele assegurou. – Você está excitada... – Sussurrou.
– E você me deixa constrangida. – Disparei. O fazendo soltar uma risadinha.
– Você tem o direito de ficar qualquer coisa, menos constrangida, meu anjo. – Arthur me disse e beijou minha bochecha. – Acho melhor você levantar logo.
– Eu também acho. – Concordei.
– Eu até sei me controlar, mas tem certas situações que eu nem quero fazer isso. – Ele me abraçou mais forte.
– É que eu sou irresistível, eu sei. – Falei convencida.
– Muito. – Arthur confirmou. – E você realmente irá se atrasar se ficar aqui. – Ele me avisou e logo ouvimos uma leve batida na porta.
Luh... – Era Mel.
– Oi! – Respondi, sentando-me na cama. – Pode entrar. – Completei. Ela abriu a porta e sorriu de lado.
– Acordei vocês?
– Não.
– Nós só estávamos conversando. – Arthur acrescentou. – Mas eu falei que ela ia se atrasar. – Agora ele me olhou.
– Você ia me atrasar. – Eu assegurei o olhando.
– Eu acabei de acordar também. Só vim confirmar se você ia comigo mesmo.
– Vou sim, amiga. – Afirmei.
– Então tá... Irei tomar banho e me arrumar.
– Eu também. – Respondi e Mel fechou a porta do quarto. Levantei da cama e tirei meu top.
– Aah, qual é Lua? – Ouvi Arthur murmurar e me virei para ele; tirando o short também. E ele negou com um manear de cabeça. – Se você voltar para essa cama, eu não te deixo sair daqui tão cedo. – Ameaçou e eu rir.
– Eu não vou voltar! – Exclamei e terminei, tirando a calcinha.
– Hoje eu ainda te pego! – Avisou, jogando uma almofada que acabou batendo nas minhas costas e caindo no chão.

Segui entre risos para o banheiro, liguei o chuveiro e comecei molhando os meus cabelos. Depois ensaboei meu corpo e peguei o shampoo para lavar os cabelos.

Quando terminei meu banho e me enrolei na toalha para sair do banheiro, estranhei o silêncio que estava no quarto e tive certeza de que Arthur tinha voltado a dormir.

Cheguei ao quarto e ele realmente estava dormindo. Peguei a almofada que ainda estava no chão e coloquei sobre a cama. Fui até o closet ver uma roupa para vestir e acabei optando por um short jeans e uma blusa de manga soltinha na cor preta. Uma sapatinha também da mesma cor. Penteei meus cabelos e passei uma base no rosto, rímel e batom.

Voltei para o quarto e peguei uma bolsinha de lado que estava sobre a poltrona. Caminhei até a cama e me sentei na mesma. Comecei a beijar a bochecha de Arthur, até ele abrir os olhos.

– Huum... – Ele murmurou. – Você já chegou?
– Agora que eu vou, meu amor. – Respondi acariciando seus cabelos.
– Não acredito, Luh.
– É verdade. Assim que você tá cansado?
– Parece que eu dormir umas quatro horas depois que você foi tomar banho. – Arthur me disse.
– Faz só meia hora. – Contei e sorrir. – Quando eu chegar, espero que você não esteja mais nessa cama.
– Ainda é cedo.
– Vai dar oito e vinte. – Avisei. – Você tá me ouvindo?
– Aham... – Ele murmurou.
– Quero ouvir, Arthur. – Insistir.
– Eu estou, Lua. Eu estou te ouvindo. Pronto, melhor agora?
– Um pouco talvez. Melhor ficará se você não perder a hora.
Porra! O almoço é só lá para às doze horas. – Ele abriu mais olhos e me encarou.
– Já está estressado? – Indaguei.
– Você me estressa! – Respondeu revirando os olhos.
– Até parece! Bom, vou indo.
– Tá. – Ele respondeu e eu lhe dei um beijo na bochecha e ia me levar quando Arthur me puxou de leve pelo braço. – Ei?
– O que foi? – O olhei meio confusa.
– Se eu te pedir uma coisa, você faz?
– Depende. – Respondi.
– Nada de depende! Quando você me pede, eu sempre faço e nem depende de nada. – Ele retrucou.
– Tá bom, tá bom, eu faço. Diz aí... – Revirei os olhos. Não tinha como discutir esse assunto com ele.
– Traz pão de queijo pra mim? – Pediu de um jeito que não tinha como negar.
– O quê? Era isso? – Indaguei ainda confusa.
– Você achou que era o quê? Safadeza? – Me perguntou rindo e me puxou para um beijo. – Traz? – Perguntou antes de me beijar.
– Tá. Eu trago. – Respondi.
– Te amo. – Disse e me beijou. Retribuir. – Eu não ia deixar você sair daqui sem me dar um beijo. – Finalizou.
– Eu sabia. – Falei.

Me levantei da cama e Arthur voltou a se embrulhar. Tanto a janela quanto as cortinas estavam fechadas e só então, percebi que ele tinha ligado o ar-condicionado. Quando abrir a porta, dei de cara com Anie que tinha acabado de acordar. Ela sorriu meio de lado pra mim e veio com os bracinhos abertos para que eu a carregasse.

– Nossa! Que neném mais pesada. – Falei, lhe dando um beijo e um cheiro. – E cheirosa, meu amor. – Sorrir. – Você ainda está dormindo, filha? – Lhe perguntei. A garotinha estava com os braços em volta do meu pescoço e o rosto encostado no meu ombro.
– Não, mamãe. Onde a senhola vai? – Me perguntou.
– Vou com a tia Mel comprar o presente dela pra tia Grace, meu anjinho. Tá bom?
– Tá... mas e cadê meu papai? Ele também vai?
– Não. Seu pai tá com preguicinha. – Abri a porta do quarto e apontei para a cama. Anie riu baixinho. – Vai lá acordar ele. – Mandei, lhe dando um beijo na bochecha. – Mamãe precisa ir, filha.
– Tá, mamãe. Eu te amo.
– Ooh, meu bebê. – Segurei seu rosto com as duas mãos, depois de colocá-la no chão. – Mamãe também te ama, filha. – Lhe dei outro beijo na bochecha.

Anie entrou no quarto e se aproximou do pai.

– Papai? Acorda! – Ela o chamou baixinho, mexendo nos cabelos dele. – Papai?
– Huum... o que foi?
– Acorda.
– A sua mãe saiu, filha. Vamos dormir mais um pouco, cheirinho. – Arthur lhe disse.
– Tá... só um pouco, cheilinho.
– Uhum... – Arthur concordou e ajudou a filha a subir na cama.

Anie engatinhou até o lado que Arthur dormia e se deitou, já que ele estava dormindo do meu lado da cama.

E eu não acreditava no que estava vendo. Esses dois não tinham jeito mesmo. Eu podia falar cem vezes, que se eles se combinassem, iam fazer só o que os dois quisessem. Fechei a porta do quarto e fui me encontrar com Mel.

Dez e treze – Terça-feira, 20 de outubro.

Eu tinha acabado de chegar com Mel do centro, onde tínhamos ido comprar o presente. E eu esperava chegar em casa e já encontrar dona Anie de banho tomado e o mais importante, alimentada também. Mas não foi bem essa notícia que me deram. Anie e Arthur ainda estavam dormindo. Subi para o quarto e ela se encontrava toda dona da cama; esparramada. E Arthur deitado, abraçado ao meu travesseiro no resto da cama que tinha sobrado para ele. Anie era tão espaçosa quanto o pai.

– Eu não acredito nisso. – Falei abrindo as cortinas e os dois reclamaram ao mesmo tempo. – O que eu te pedi, Arthur?
– Meu Deus! Já chega brigando! – Ele reclamou.
– Eu nem comecei a brigar ainda. – Retruquei. – Vocês nunca fazem o que eu peço.
– Lua, pelo amor de Deus! Eu já entendi. – Ele disse, colocando o travesseiro sobre o ouvido.
– Não, levanta! – Falei puxando o travesseiro. – E você também, dona Anie.
– Eu ainda tô com sono, mamãe.
– Tá vendo? Deixa a menina dormir. – Arthur começou só para me provocar.
– Eu não acredito que eu estou ouvindo isso. – Neguei com a cabeça, fazendo uma careta ao mesmo tempo. – Vocês me dão muito trabalho. Parece que eu tenho dois filhos ao invés de um.
– A tá... agora eu vou rir aqui. – Arthur comentou soltando uma gargalhada alta.
– Você é o primeiro a me dá trabalho! Vem, Anie, levanta. Vamos tomar banho. – Falei.
– Agora não, mamãe...
– Agora sim.
– Você trouxe meu pão de queijo?
– Eu quelo pão de queijo, mamãe! – Anie me pediu, se atracando no meu pescoço.
– Eu nem devia ter trago. – Falei, pegando Anie no colo.
– Eu te amo, loira! – Ele disse, passando por mim, apertando a minha cintura e me dando um beijo na bochecha. – Obrigado, querida.
– Touxe pra mim também, mamãe?
– Trouxe, trouxe, meu amor. – Respondi lhe dando um beijo na bochecha.
– Pode comer agora?
– Depois do banho.

Pov Arthur

– Você tava enchendo a minha paciência pra eu tomar banho logo, que eu ia me atrasar, ficou falando que eu ia demorar para me arrumar. Agora eu tô aqui te esperando faz uns quarenta e cinco minutos. E você já trocou de roupa umas três vezes. – Falei sentado na cama olhando para Lua que estava na frente do espelho experimentando mais um vestido. – O primeiro já estava bom, melhor que esse até. – Observei.
– Sério? – Lua me olhou, e depois se olhou no espelho novamente. – Eu gostei mais desse.
– Os dois, querida. Qualquer um desses que você já vestiu agora.
– Qual você gostou mais? – Lua me perguntou.
– Eu prefiro sem vestido. – Sorri de lado, me aproximando dela.
– Para, eu tô falando sério.
– Eu também. Jamais brincaria com uma coisa dessas. – Afirmei.
– Eu não posso ir sem roupa. – Ela provocou.
– Hahaha e eu nem deixaria mesmo. – Falei lhe dando uma mordida no pescoço. – Vamos logo, linda.
– Tá, esse vestido mesmo. – Lua sorriu, apertando meu queixo.

O vestido era cinza, acima do joelho, justo na cintura, com um laço no pescoço. Ela pegou um sapato rendado de salto preto. Uma bolsa de lado preta, com detalhes dourados e um relógio também preto de detalhes dourados.


Eu vestia uma camisa gola polo, na cor azul escura, branca e cinza. Uma bermuda jeans escura, um sapatênis azul escuro, com detalhes branco e marrom. Meu relógio também era marrom.


– Ainda não, Luh? – Perguntei outra vez.
– Falta só o batom.
– Vou descer. Te espero lá em baixo.
– Tá bom, amor.

***

– Paapaai!
– Oi, meu bebê. – Falei me abaixando para lhe beijar a testa.
– Que holas que a gente vai?
– Só esperar mais um pouco a sua mãe e a Mel. – Falei, após ver que só estavam Carla e Carol na sala junto com Anie.
– Elas vão demolar?
– Espero que não. Sua mãe me perturbou tanto dizendo que eu ia me atrasar e ela que ainda tá lá.
– Olha o meu vestido, papai. – A pequena disse e rodou na minha frente para que eu visse o vestido dela.
– Que lindo, meu amor. Você é uma princesa. – Sorrir lhe acariciando as bochechas.

Anie vestia um vestido na cor rosa queimado, com a parte de cima rendada e parte de baixo florida, com um cinto com flores ao lado. Um sapato do mesmo tom do vestido, com um laço na parte de cima, e atrás flores vazadas.


– E essa é a minha bolsa! É rosa, mas é a que combina com o vestido. – Anie explicou e me mostrou a bolsa.
– Sim, meu anjo. A bolsa combina com o vestido. – Peguei ela pela mão. – Vem aqui, deixa eu ajeitar seu cabelo. Você tava correndo né?
– Só um pouquinho, papai. Não conta pra mamãe. – Ela riu sapeca.
– Não vou contar, bebê.
– Já estou pronta. – Lua disse descendo a escada.
– Enfim! – Exclamei.
– Engraçadinho... – Lua se aproximou de mim e começou a acariciar minha orelha.
– Você pegou o presente? – Perguntei.
– Claro, Arthur. Cadê a Mel?

Pov Lua

Carla vestia um vestido quase no mesmo tom do vestido de Anie, mas ele era liso, sem estampa alguma. Ela calçava um sapato de salto grosso na cor marrom.

Carol também vestia um vestido, mas ao contrário do da irmã, o dela era todo florido; a saia era prensada. O sapato também de salto grosso, combinava com o vestido, era na cor verde e azul.


– Já estou pronta. – Mel chegou na sala. – Que princesa linda! – Elogiou a Anie.
– Obrigada, titia. Você é linda também.
– Aaaah! Eu vou apertar.
– Nãããooo! – Anie gritou e se atracou com o Arthur.

Mel vestia um vestido soltinho na cor alaranjada; de manguinha, com um cinto marrom no meio. Um sapato de salto grosso, com detalhes em florezinhas vazadas. E uma bolsa de lado, também na cor marrom.


– Vamos. Enfim! Meu Deus, por que mulher demora tanto pra se arrumar? – Arthur reclamou, segurando a filha pela mão.
– Mas eu nem demolo!
– Porque você não é mulher ainda. É neném. – Ele lhe explicou, nos fazendo rir baixinho.
– Mas eu sou menina!
– Sim, uma menina muito esperta. – Ele continuou concordando com a pequena. – Se Anie for na cadeirinha vamos ter que ir em dois carros.

A casa de John era apenas uns quinze minutos de carro longe de casa. O trânsito não era tão intenso quanto seria se tivéssemos que pegar uma avenida.

– Vem aqui na frente comigo. – Chamei ela.
– Eu não quelia ir na cadeilinha mesmo!
– Se dependesse de você, nunca usaria ela mesmo. – Arthur entrou no carro. – Só que a senhorita não tem querer, né amor? – Ele apetou as bochechas dela.
– Aaaaiii! Para, papai... Eu vou cholar...  – Ela o avisou, fazendo um bico.
– Papai está só brincando, você sabe. – Arthur se justificou e jogou um beijo para a filha.

Anie acomodou-se em meu colo, e começou a mexer no laço que havia no meu vestido. Ela me olhava e mexia nele. Estava linda com aquele vestido florido e a sandalinha combinando.

Se eu pudesse fazer um pedido, pediria que ela continuasse sendo desse jeitinho mesmo. Morro de ciúmes da cumplicidade que existe entre ela e Arthur, mas até isso eu pediria que não mudasse. Sei que se tivéssemos mais um ou dois filhos, essa cumplicidade entre ele e ela ainda seria a mesma. Eu não sei se isso se repetiria com outros filhos, caso tivéssemos.

Arthur tinha ligado o rádio do carro, e Anie começou a cantarolar a música enquanto ainda mexia no laço do meu vestido.

– Eu te amo, sabia? – Lhe disse e ela assentiu devagar. – Que eu amo muito?
– Mais que o tamanho do mundo. – Anie respondeu e eu concordei.
– Sim, muito mais que o tamanho do mundo. – Demos um beijo de esquimó.

O celular de Arthur começou a apitar, era Harry, eu acho.

– Deve ser o Harry ou o Mika. Vê aí, querida. – Ele me pediu.
– É o meu tio Harry! – Anie exclamou só porque viu a foto dele piscar na tela.
– É o irmão do Harry. – Arthur implicou.
– Não é não. Meu titio não tem irmão igual eu e o senhor, papai. – Anie respondeu toda convicta. Nós fazendo rir.
– Que menininha mais esperta! – Ele comentou.
– Ele disse que não é para nos atrasarmos, porque o John já está quase chegando com a Grace. E te chamou de uma palavra imprópria para a nossa filha ouvir. – Falei após ler a mensagem.
– Já estamos chegando. – Ele deu de ombros. E agora foi meu celular que começou a tocar. – Meu Deus!
– Deve ser a minha mãe. – Respondi abrindo a bolsa e pegando o celular.
– Minha vovó?
– Sim, é ela, filha.
– Tem um toque pra cada pessoa? – Mel comentou divertida.
– Não. Só tenho certeza quando é Arthur quem liga. – Rir.
– Sou exclusivo. – Ele se gabou.

Ligação ON

– Oi, mãe.  – Atendi.
– Você está em casa?
– Não. Estou no carro. Quase em frente à casa do John. É aniversário da Grace.
– Então eu falo com você direito mais tarde. Sua irmã deve estar aí também.
– Com certeza, mas pode adiantar.

Chegamos – Anie e Arthur falaram juntos.

– Shiiiu. – Pedi.
– É Anie?
– Ela e outra criança de vinte e oito anos. – Revirei os olhos e Arthur riu, saindo do carro com Anie. Sim, ela tinha passado para o colo dele.
– Eu ligo mais tarde, filha. – Minha mãe avisou, após dar uma risadinha.
– É sério o assunto?
– Não, meu amor, pode esperar.
– Então ok. Um beijo.
– Um beijo, querida.

Ligação OF

– O que sua mãe queria? – Arthur me perguntou assim que sair do carro.
– Ela disse que me liga depois. – Dei de ombros.
– Vamos logo entrar.
– Cadê, Anie? – Perguntei, porque não vi ela e nem as meninas.
– Já entraram. Fiquei te esperando. Viu como sou bom marido? E você ainda vive brigando comigo.
– Ai, meu Deus! Posso te morder? – Perguntei abraçando-o de lado. E Arthur me olhou negando.
– Agora não. – Ele apertou minha cintura e riu baixinho contra o meu pescoço, enquanto adentrávamos a casa.
– Quando então?
– Em casa. Onde eu disse que hoje ainda te pegaria. – Ele sussurrou, porque já havíamos chegando na parte onde os convidados estavam “escondidos”. – E aí, Judd?! – Arthur mudou logo de assunto e foi cumprimentar, Harry.
– E aí, cara?! Tudo bem?
– Tudo certo. – Ele respondeu apetando a mão do amigo.
– Oi, meu amor. – Harry veio rindo para o meu lado e Arthur revirou os olhos.
– Oi, lindo. – O abracei apertado.
Lindo? – Arthur indagou. – Vou procurar a minha filha. – Ele saiu para ir atrás de Anie.
– Quanto tempo, Luh.
– Verdade... – Respondi.
– Mas você anda tão viajada.
– Ai que mentira! Foram só algumas semanas. – Esclareci.
– Entre Bibury e Brighton. E já faz mais de mês. – Completou. – Senti saudades. – Confessou. Ainda estávamos abraçados.
– Eu também senti. – Confessei e o olhei. – De verdade.
– Eu sei. – Ele sorriu de um jeito gentil e depositou um beijo em minha testa. – Quando volta ao trabalho?
– Tenho só essa e a outra semana. Dia dois de novembro já volto a trabalhar. Eu fiquei mal-acostumada. – Reclamei.
– Hahaha e quem não ficaria? A gente também vai voltar agora.
– É, Arthur me contou. – Falei e sai andando com ele.
– Você está melhor? – Perguntou preocupado.
– A gente tenta... – Encolhi os ombros. – Ficamos de conversar mais sobre o assunto, eu e Arthur. Mas a gente acaba nem tocando nele. – Completei.
– Entendo...
– Acho que ele espera eu falar primeiro, pra não achar que está me pressionado. Você sabe como ele é.
– Sim, eu o conheço tão bem quanto você.
– Eu ia marcar uma consulta, mas a gente acabou discutindo por bobagem. – Suspirei.
– E você desistiu?
– Não. Na verdade, eu decidi marcar só quando a gente fizesse as pazes, o que não demorou nem cinco horas para acontecer. – Sorri de lado.
– Vocês não tem explicação.
– Parece que eu estou numa consulta com um psicólogo! – Exclamei divertida.
– Eu daria um bom psicólogo.
– Eu não duvido, querido. – Deitei a cabeça em seu ombro. – Cadê o restante do pessoal?
– Arthur deve estar procurando a Anie.
– Carol está com ela. – Respondi.
– Ele deve estar com a outra então. – Me provocou.
– Mas você está aqui comigo. – Retruquei mordendo o lábio inferior para não rir.
– Aah... que engraçadinha! – Ele me empurrou de leve pelo ombro.
– Você quem começo. – Me defendi e avistei Arthur com dois copos nas mãos. Quando ele chegou perto de mim, me ofereceu um. – O que é?
– Álcool. – Ele riu. – Prova, achei que poderia gostar.
– Tu tá de sacanagem. – Comentei.
– Tô falando sério, amor. – Ele insistiu.
– Se for ruim vou jogar em você. – Ameacei.
– Vou até ficar na sua frente. – Ele respondeu e eu peguei o copo que ele havia me oferecido e levei aos lábios. – E aí?
– É de framboesa, eu acho.
– Sim, e tem cereja, morango... – Arthur começou a falar.
– E cachaça. – Harry completou, levanto um tapa de Arthur.
– Tu quer me embebedar?
– Seria triste pra mim se eu fizesse isso né? – Ele respondeu gesticulando com as mãos também.
– Transar loucão quem nunca? – Harry soltou. Tava demorando para eles começaram com a safadeza deles. Arthur apontou pra mim.
– Para... – Dei um chute de leve na canela de Arthur.
– Ei, para. – Ele pediu, e logo tomou um gole da bebida dele que com certeza não era a mesma da minha. O cheiro forte de uísque me permitia ter essa certeza. – Lua não lembra nem como chegou em casa.
– Que mentira! – Exclamei incrédula, mesmo sabendo que era verdade.
– Que dirá de sexo. – Ele falou mais baixo.
– Vocês me deixam constrangida! – Exclamei outra vez.
– Para, Lua. – Agora foi a vez de Harry. – Ela insinuou que eu seria seu outro caso. – Ele contou para Arthur, que riu.
– Você, por acaso, acha que se você tivesse o que eu gosto e você fosse solteira e pegadora, Lua seria a sua melhor amiga? Nunca! E é por isso que ela fala essas besteiras.
– Nossa e você nem se acha, né? – Indaguei.
– Eu só estou falando a verdade. – Arthur deu de ombros.
– Cadê a Anie? – Tentei mudar de assunto.
– Nem vem mudar de assunto. Minha filha é inocente demais pra aparecer agora aqui.
– Cadê o resto do pessoal? – Continuei.
– Estão lá dentro. Inclusive, Sophia, Carla e Mel. – Arthur respondeu. – Anie está com Kathe dando trabalho pra Carol e a outra menina lá. – Finalizou. – John está demorando demais com a Grace. Eu já estou com fome. – Reclamou.
– Somos dois então.
– Não me fazem passar vergonha. – Avisei aos dois.
– As pessoas ficam olhando pra vocês como se eu fosse corno. – Arthur comentou baixo, porque realmente as outras pessoas estavam nos olhando.
– Se você fosse, você não estaria rindo. – Harry notou.
– Realmente, eu estaria quebrando a tua cara. Na boa. – Arthur respondeu.
– Não sei se outra pessoa entenderia vocês. – Respirei fundo. – Piora a cada encontro.
– Isso é drama, neném? – Arthur me perguntou, levantando meu queijo e passando lentamente a língua pelos meus lábios.
– Isso é safadeza! – Harry reclamou.
– Tu ainda não viu nada. – Arthur retrucou.
– Para! As pessoas vão falar ainda mais. – Falei, puxando Arthur pela camisa.
– Ela manda eu parar e me puxa pra cima dela. – Arthur acariciou meus cabelos.
– Pra você se aquietar. – Expliquei. – O que a Anie deve tá aprontando?
– Ela tá brincando com a Kathe.
– Vem, gente! Entrem. Eles estão chegando. – Julia; uma das filhas de John, anunciou.

Arthur segurou em minha cintura e nós caminhamos para dentro da casa com Harry do nosso lado. Mel estava ao lado de Sophia e Carla. Eu ainda não tinha visto Chay e tinha esquecido de perguntar sobre ele para os meninos. Anie estava no colo de Carol e Harry quase correu para ela quando a viu.

– Espero que Anie não comece a fazer barulho.
– Harry é pior que ela. Se ele começar a perturbá-la, eu pego ela. – Arthur me disse baixinho.
– Não.
– É sim, bebe.
– Não, tio Harry. – Anie riu.
– Pela ela, Arthur. Traz pra cá. – Pedi.

Arthur soltou minha cintura e caminhou na direção de Anie.

– Você foi falar alto, lá vem seu pai. – Ouvi Harry avisar Anie.
– Vem aqui, filha.
– Foi o tio Harry que começou, papai. – Anie se defendeu.
– Eu sei, eu vi. Ele é pior que você. – Arthur pegou nossa filha no colo e Harry disfarçou uma risada. – É feio fazer barulho quando as pessoas pedem silêncio.
– Mas a culpa não foi minha papai.
– Eu só estou te dizendo que é feio.
– Se comporta! – Pedi, ajeitando o vestido dela. – É pra gritar surpresa quando abrirem a porta.
– Tá, mamãe.

SUUUURPREEESAAAA!

Gritamos bem alto quando a porta foi aberta e Grace se apoiou em John completamente espantada.

– Meu Deus, John! – Ela exclamou.
FELIZ ANIVERSÁRIO!
– Mamãe! – Uma Kathe saltitante foi ao encontro dela.
– Oi, meu anjo.

Ela se abaixou para abraçar a filha e logo depois Julia também. John, Mel, Mika, Harry, Sophia, Anie, Eu, Arthur e assim sucessivamente; outras pessoas vieram lhe dar os parabéns.

***

– Vamos dançar, papai?
– Dançar, neném? – Arthur pergunto a filha.

Já tínhamos cantado parabéns para Grace. E já tínhamos almoçado; algumas pessoas ainda estavam comendo e a maioria estavam bebendo. Chay ainda não tinha aparecido, mas havia sido convidado. Arthur tinha me dito, além do mais, não havia motivos para não o convidarem.

– É! Dançar! – A insistência de Anie me chamou a atenção. – Mamãe?
– Oi, querida.
– Vamos dançar? – Me convidou também.
– Dançar, meu amor?
– É. Essa música legal.
– Vamos. – Sorrir, oferecendo a mão para ela segurar. Anie abriu um sorrisão.

Me levantei da cadeira e comecei a dançar com ela. Logo, Kathe se juntou a nós. Essa adora uma bagunça tanto quanto Anie.

Continua...

SE LEU, COMENTE! NÃO CUSTA NADA.

N/A: Boa madrugada hahaha <3

Antes tarde que nunca :´) Bom, espero que gostem do capítulo e comentem bastante como no anterior. Estou muito feliz de ter voltado e ver vocês ainda aqui :D Irei responder a todos nos comentários (tanto nesse cap. quanto no anterior). Podem perguntar o que quiserem.

Harry, Lua e Arthur <3 <3 <3 quem aí estava morrendo de saudades desse trio?

Anie, meu Deus! Alguém me dá essa criança? :D <3

Comentem os looks! <3

Um mega beijo e até o próximo capítulo!

13 comentários:

  1. Amo esse casal ��!! A melhor web que eu já li, posta mais!! ��

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    1. Obrigada pelo elogio! <3 E que bom que ama o que eu escrevo. Fico feliz!

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  2. Lua e arthur sempre entre tapas e Beijos kkkk, e quando se junta com o harry então, anie uma princesa cada dia que passa,os looks tudo lindo,ansiosa para ver o encontro de mel e chay, cada capítulo que vc posta milly é um melhor que o outro adoro suas webs vale a pena esperar vc postar. Um beijo. Inácia ����

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    1. Sempre hahahaha é por isso que eles se dão tão bem. Nossa! Harry é abusado. Ele e LuAr juntos não dá certo haha...

      Anie é uma fofura de neném (quero ela pra mim haha)! <3

      PS: Em breve terá muito de ChaMel. Fiquem tranquilos.

      Ah, Inácia, muito obrigada! Fico muito feliz em saber disso.

      Um Beijo!

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  3. Aaaah que saudade tava dessa famyli, desse casal lindo ❤ Arthur e Anie sempre parecidos e deixando Lua doida haha morro com o casal junto do Harry hahaha Luh sempre envergonhada das besteiras dos meninos e Arthur com seu "ciúmes" dos dois hahaha,é linda a amizade dos tres ❤

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    1. Confesso que eu também estava com saudades de postar, Franci... Muito! Mas ela não sabe mais viver sem esses dois que fazem ela perder a paciência sempre hahaha <3

      Harry e LuAr são hilários quando se juntam. Sim, essa amizade deles é linda. É um ciúminho saudável na maioria das vezes - quando o Arthur se controla hahahaha

      Obrigada, Francielle! Beijos!

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  4. Que capítulo maravilhoso! Anie e Arthur adoram tirar a Lua do sério �� Lua e Arthur com essa implicância um com o outro é demais e ainda tem Harry pra completar hahaha...

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    1. Feliz em saber disso... Obrigada!

      Nossa, muito hahaha é indiscutivel. Depois eles reclamam da falta de paciência dela com eles nesses momentos haha Harry tem que fazer parte da bagunça toda. E irritar, Lua. Claro! haha

      Beijos!

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  5. Anie é a filha dos meus sonhos, e thur o marido lógico kkkk. Acho maravilhoso os capítulos com Harry , essa implicância , o ciumes q o thur tem da lua com Harry . sempre de parabéns Milly
    xx Adaline

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    1. Hahahahahaha nem vou te criticar, mana. Não é pedir muito né? Uma família dessas... Um marido desses! OMG! E essa fofura de filha. <3

      Harry se supera na implicância. Ele adora isso. Lua se irrita, mas já se acostumou haha O ciúme do Arthur faz parte de todo esse pacote - é engraçado até ele se irritar de verdade haha

      Obrigada, Ada. Beijos!

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  6. Adorei o capitulooooooooooooo
    quando junta Harry e Lua nunca da coisa boa akakkaka
    Arthur ciumento
    e ah, eles não vão contar pro povo ou pelo menos pro Harry que ela não pode engravidar mais?
    a Anny ta muito fofaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    e chay como sempre fugindo da Mel, tadinha da minha Mel, ela não merece isso
    adoreiiiiiii o ep e tô louca pra saber o que vai dar essa festa aí rsrs

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    1. Que bom, Vanessa! Fico muito feliz em saber disso!

      Não mesmo! Eles implicam demais um com o outro, MDS! Esse ciúmes do Arthur eles já aprenderam a conviver - até ele se irritar. Aí o negócio muda haha

      PS: Lua terá uma conversa com Harry. Mas ela ainda fará consultas - mais para frente vocês ficaram sabendo mais a respeito deste assunto. Ainda não está resolvida essa questão não hahaha

      Anie é uma fofura só <3 essa linda!

      PS: Depois ele vai ver mais sobre a merda que fez. Mel vai ficar bem.

      Obrigada, Vanessa! Beijos!

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  7. Por mais momentos do trio lua,Harry e Arthur.😍😍😍

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